Devo confessar ter muita simpatia por esses movimentos de
extrema esquerda. Eles mantêm uma virilidade juvenil para participação nos
protestos e reivindicações sociais que encanta. Sempre quando os vemos em ação,
fica aquele sentimento de que suas bandeiras são justíssimas e da até uma
vontade de partir cima daquelas pessoas que achamos conservadoras. O ponto de
discordância com eles é em relação à sua visão xiita do mundo, aquele
pensamento único exacerbado!
Para exemplificar as ideias, certa vez pelos idos de 2000,
alguns jovens foram encaminhados à Conferência da Juventude em Brasília, pela
Fala Preta! Os jovens voltaram horrorizados, pois, foram sumariamente expulsos
da reunião pela UJS (União da Juventude Socialista). A justificativa para o
quebra-quebra é que em suas barracas ouviam hip hop. O rock podia.
Aí fico pensando, porque alguns não negros para nos
aceitarem querem mudar nossa manifestação cultural, será que todas as pessoas
que gostam de rock são esclarecidas e revolucionárias?
Tenho muitos amigos roqueiros, sertanejos, sambistas, que
gostam de Axé e MPB e mesmo tendo meu gosto respeito toda a forma de expressão
cultural. O fato de gostar de músicas de matriz afro significaria que sou
alienada ou menos humana?
Um dia ouvindo um crente chato que cantava uma musiqueta repetitiva no ônibus dizendo que nem todos iriam para o céu, tive que dizer:__ se no céu dele tinha
tanto chato como ele eu periferia ir
para outro lugar. Ele deu um risinho sem
graça e parou de incomodar as pessoas.
Tenho que dizer que tenho medo se um dia essas pessoas
implantarem o “seu socialismo” no Brasil, os negros terão que ouvir seus
ritmos apenas nos porões da sociedade ou quem sabe até mudarem de país?
Negar a diversidade étnica cultural do país em nome de um pensamento
único é no mínimo uma visão estreita do ser humano.
amargosanoticias.com
Maria das Graças Pereira 2013
imagem 1:promaravilha.blogspot.com

