Faltam três dias para encerrar uma fase importante do meu tratamento: a
radioterapia. Até aqui tenho trilhado o caminho da luta contra o câncer de
maneira otimista. Mas... se disser que está sendo fácil estarei mentindo. Estou
sendo forte, pois, acho que não tenho outra opção. Só me resta ser forte! É
claro que às vezes pinta uma tristeza que a gente manda embora fazendo coisas
que gosta como uma caminhada ao ar livre, a leitura de um bom livro, ficando na
companhia de gente querida, assistindo a um bom filme ou fazendo meditação para
as coisas se equilibrarem novamente. Difícil mesmo está sendo a saudade do mar.
Em termo de tratamento acredito que a medicina homeopática e a
acupuntura foram grande auxílio, pois, amenizaram os efeitos colaterais da
quimioterapia e da radioterapia. Quase não tive enjoos, perda de apetite e de
peso. Agradeço aos doutores Takashi e Sumiê e a sabedoria milenar oriental é
claro!
Até agora graças a Deus, estou vencendo a luta contra ele, foi-se um
seio, mas, a vontade de viver tem sido maior que tudo. Ultimamente tenho
pensado, a gente dá pouca importância para algumas glândulas que ficam em baixo
do seu braço até perdê-las. Não tenho mais a mesma força no braço direito, até pensei
que seria temporário, mas tenho que reaprender a utilizá-lo para evitar
linfedema (inchaço). Peso com o braço direito nunca mais.
Nunca pensei em toda minha vida passar por isso, não tinha histórico de
câncer de mama na família, amamentei meus quatro filhos. Pensava que não fazia
parte do "grupo de risco". Esse tempo de convivência com outras
pacientes no hospital me fez concluir que pode acontecer com qualquer pessoa.
De tudo resta muito aprendizado e um conselho para as amigas e mulheres
da família, façam autoexame mensalmente, pois, quanto antes descobrirmos a
doença maior são as chances de cura. Aliás, tenho pensado que nós é que
descobrimos os tumores os médicos apenas fazem diagnósticos. E para aquelas que
já passaram dos quarenta mantenham seus exames ginecológicos em dia.
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